A expressão musical é conhecida pelo trabalhador brasileiro
(“povo” agora é uma palavra de significado muito vago). Talvez seja por isso
que não se permita uma reflexão mais aprofundada sobre ela, que se parece muito
com aquela letra da música “Tô nem aí... Tô nem aí...”. Mas um livro, apesar do
autor insistir que é de ficção, faz uma análise crítica, realista e irônica do
que acontece ou ocorre (tem gente que distingue esses dois verbos) hoje no
mundo.
O livro é “O Seqüestro da Amazônia - sexo, drogas e ecologia
(ou O Casamento de Nietzsche com Foucault no Inferno Verde)”, do professor Leovegildo
Pereira Leal, Belo Horizonte, 2006, 1ª Edição. Adquiri o livro em 31 de julho e
terminei de lê-lo ontem, ou acho que já era hoje, pois, quando fui dormir, já
era mais de meia-noite.
Capa e projeto gráfico: José Augusto Filho
Ilustração de capa: Rodrigo Spotorno
Com “fino” humor, o professor Leovegildo critica o
individualismo selvagem de nossos dias. Eu mesmo já CANSEI de cantar essas
expressões em muitos momentos festivos, de raiva e de ignorância minha. Como o
Leovegildo (olha a sacanagem, gente... sem duplo sentido, falô?) ensinava nas
aulas de Teoria da Comunicação III, parece que os efeitos do sistema em que
vivemos atualmente entram pela pele sem fazer a gente sentir dor, mas que fazem
a gente sofrer muito.
“Um grita em falsete: mais pó!, no que é acompanhado por um
inesperadamente bem afinado coro. Mais pó! Mais pó! E veio mais pó, agora
entregue por garçons e garçonetes em pequenos saquinhos plásticos de 200 gramas . A
temperatura se aproxima da fervura. E a fervura é finalmente atingida quando
alguém pede ao maestro a música que se tornou em todo o país o símbolo maior do
tempo-pós nas medianas mentes: “Viver e não ter a vergonha de ser feliz...”.
Esse é um trecho da página 121 de “O Seqüestro da Amazônia”.
Quem quiser adquirir o livro, ele pode ser encontrado - a R$
30,00 -, no “Café da Travessa Livraria”, Avenida Getúlio Vargas, 1405, Praça da
Savassi, Belo Horizonte. O telefone é (31) 3223-8092 e o e-mail cafedatravessabh@yahoo.com.br.
“Leovegildo Pereira Leal, casado, dois filhos, é mineiro de
Itamarandiba, criado em
Teófilo Otôni. Acaba de fazer 60 anos. Jornalista e
professor, é mestre em História e doutor em Sociologia Política.
Este é o seu primeiro trabalho de ficção. Por último e mais
importante: é comunista”. Claro! Graças a Deus!
Leovegildo foi meu professor em 2000 e ministrou a
disciplina de Teoria da Comunicação III, quando ainda eu era estudante de
Jornalismo. Participei também da Oficina de Texto em Jornalismo Impresso ,
ministrada por ele, na 1ª Semana de Comunicação Social da Fundação Mineira de
Educação e Cultura (Fumec), hoje Universidade. Sem contar que o Leovegildo foi
um dos avaliadores da monografia da qual participei ao lado de mais três
colegas.
diniz_pinto@hotmail.com
João Renato Diniz Pinto - jornalista
Montes Claros (MG)
[terça-feira, 07 de
agosto de 2007]
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